domingo, 25 de abril de 2010

Caravelando a Portugal


Caravelando a Portugal


Vento amigo das caravelas,
Poxa, vem comigo navegar,
Pela querida terrinha bela
Que fica pro rumo de além mar.

Lá onde um poeta romântico,
Fala que a quantidade de sal
Do seu oceano Atlântico,
São as lágrimas de Portugal.

Vamos ver a linda Lisboa,
Onde tu vento sabes, eu sei,
Que ali a pessoa do Pessoa
Dos poetas ainda é o rei.

Poeta que para os sonhadores,
Disse em tom encorajador:
Quem quiser ir além das dores
Terá que ultrapassar o Bojador!

Ele fez a grande descoberta,
Talvez numa crise de desamor,
Afirmando que todo poeta
É completamente um fingidor.

Quero que tu tragas o sorriso
Duma amiga pura e angelical,
Pois caravelar, sim, é preciso,
Com ela pros rumos de Portugal.

Diga, que, apesar de ser pequena
A alma desse teu amigo sonhador,
Sabe que tudo vale à pena,
Para conquistar um grande amor.

E que essa tua amiga bela
Descubra, na hora de caravelar,
Que quando o amor se revela,
Nunca sabe como se revelar.

Vento amigo da minha amiga,
Que transpira versos e canções,
Vem também, que mil cantigas
Faremos na terra de Camões.

Tu que beija a Flor da Pele,
Da amiga cheia de inspiração,
Venha a Portugal e caravele,
Pelas curvas da composição.

Vento que sopra pra todo lado,
Bora, ta na hora de viajar,
Vamos cantarolando um fado,
A linda Fada amiga vai gostar.


Jetro Fagundes
Farinheiro Marajoara

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Rio Xingu I


Rio Xingu I


pra banda do Mato Grosso
meu amigo certo dia surgiu
em forma de lendário colosso
magnífico e importante rio

Rio dos sítios arqueológicos
tem fauna e uma rica vegetação
e vários santuários ecológicos
ao longo de toda sua extensão

Dois mil kilômetros de correnteza,
em cada um dos seus estirões
o Xingu com suas raras belezas
apaixona milhares de corações

Vemos em toda sua corredeira
peixes como surumbim, tucunaré...
encantadas praias, cachoeiras...
que dão mais vida a sua maré

Vendo suas Águas esverdeadas
toda gente que anda nesse rio
fica admirada, emocionada
pois é dos mais lindos do Brasil

Esse rio que deságua no Amazonas
tem uma gente linda, varonil
genuinos donos, genuinas donas,
primeiros habitantes do Brasil

Grande rio Xingu, acervo vivo
um patrimônio verde cultural
com históricos irmãos nativos
em torno do seu Parque Nacional

Fora os atrativos turísticos
temos nesse Parque Florestal
um belo mosaico linguístico
na forma mais pura, natural

Ali, no conceito de cidadania
a Ordem é assegurar o amanhã,
para o Progresso das etnias
cuidando do Curumim, da Cunhatã

E todos os que passam por ali
dizem pros Ventos, manos meus
que Xingu na linguagem Tupi
significa, "A Morada de Deus"

Jetro Fagundes
Farinheiro Marajoara

Rio Xingu I I


Rio Xingu II

Pena que esse paraíso encantado
que sempre inspirou verso, canção
esteja sendo, sim, ameaçado
por megas projetos na região

Projetos que vivendo de trapaça
apostam na desinformação
para terem energia de graça
com sério risco de inundação

Construir ali uma hidréletrica
em nome dos donos do capital
trará consequencias maléficas
com grande impacto ambiental

Se construirem ali uma barragem
no mais Belo Monte de se ver
ficará somente triste miragem
pois tudo poderá desaparecer

Povos da Floresta, guerreiros
genuinos que fazem acontecer
irmãos nativistas, guerrilheiros
não deixem o Rio Xingu morrer

Digam ao mano vento que entoa
cantigas de fé, libertação
que peça aos irmãos Vilas Boas
ajuda em nome da preservação

Chame o heróico Chico Mendes
e todos camaradas do seringal
gente que nunca se vende
a uma raça de gente imoral

Diga a estrela situacionista
que a história nunca terá fim.
Ela sabe, como ex-ambientalista,
que não se mata um rio assim

Busquem apoio em todo universo
começando pelo planalto central.
Usem a poesia, prosas, versos...
chamem a atenção internacional

Gritem alto que o Vento espalha
grande chamado cheio de brio
à mãe de todas as batalhas
pra salvar o Xingu, nosso rio


Jetro Fagundes
Farinheiro Marajoara

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Encontro das Águas


Encontro das Águas
Um Encontro que Encanta

Amiga que quero tanto
vem cá, vou te mostrar
outro tão lindo encanto
que também inspira cantar

Vem cá, te levo numa boa
sei que vais se encantar
com o sobrevoou de canoa
pelas bandas do Rio Mar

Rio onde em versos de espera
o amazonense aprende compor
para algo que tanto venera:
Que se dá na quadra do amor

Um encontro, bem na esquina
da minha Amazonense Flor,
a Manaus, manauara menina
do mais refrescante calor

Nessa quadra dos chamegos
de encantar os corações
as Águas do meu Rio Negro
beijam o Amazonas, Solimões

Encontro que tem no fundo
quilômetros de extensão
vixe, é o maior do mundo,
vai além da imaginação

Ali as Águas, com certeza
pela futura geração
dizem que a mãe natureza
precisa de preservação

É por lá que o navegante
no convés da embarcação
faz cantiga hilariante
pra amada, sua paixão

E tu, amiga da poesia,
que me conheces muito bem,
sabes que como marujo um dia
nessas Águas compus também

Tu que és tão encantada
chegando lá, podes crer
que os navegantes, marujada
se apaixonarão por você

Jetro Fagundes
Farinheiro Marajoara

domingo, 11 de abril de 2010

Raimundo Fagundes


Raimundo Fagundes


Um Bom Companheiro
Navegante Camarada


Vento amigo da bonança
cá do meu peito não sai
as muitas doces lembranças
do teu companheiro, meu pai

Ele, que num certo dia
resoluto, decidiu optar
pelo canto da Maresia
Do Laguna, Gibraltar

Comandante, Timoneiro
amante da navegação
fez-se amigo parceiro
do ribeirinho irmão

Ali, ele alegremente
a bordo da embarcação
transportava sua gente
sem cobrar um tostão

A sua pequena estatura
pôde à todos revelar
alguém de nobre postura
no agir e no falar

O seu filho predileto,
mano Josué de Portel,
é testemunha de perto
desse depoimento fiel

Navegante Poeta do Arraial Gibraltar
a dor da saudade só falta matar!
Por admirar tua consciencia cidadã
o filho aqui virou teu maior fã

Falo pra minha Viola
que meu pai navegador
nunca frequentou escolas
mas na vida foi um doutor

Homem das literaturas
sabia fazer a tradução
das Sagradas Escrituras
pro meu querido povão

Do Púlpito traduzia
com seu jeito peculiar
a complicada teologia
pra linguagem popular

Autodidata, erudito
amigo dos livros, jornais...
ele que falava bonito,
uma imensa falta me faz

Mas nosso sonho sonhado
juro pela navegação
será um dia realizado
em verso, prosa, canção

Êita meu pai querido!
Lembro cá no Pantanal
o teu hino preferido:
"Solta o Cabo da Nau"

O único traço que de ti herdei
foi sonhar o sonho dum povo rei:
Do Marajó ser um paraiso feliz
valorizado por certo ingrato país


Jetro Fagundes
Farinheiro Marajoara

Dico Jacó


Dico Jacó

Um Irmão dos Irmãos

Vento irmão da Natureza
vivo no meu pedalar
lembrando o menino pureza
das bandas de Gibraltar

Ele que cantarolava
o Marajó, meu Pará
tanto e tanto sonhava
com a gente do Ceará

Era um belo dum sujeito
que no amor fraternal
tratava com todo respeito
o povo do meu arraial

Caboclo de vasta cultura
um popular intelectual
num rio de água escura,
límpida que nem cristal


Lá onde tu irmão vento entoa
cantigas pra duas belas lagoas
o rio Laguna jamais esqueceu
o nordestino que por ali viveu

Cearense arretado
elegante, um vozeirão
tocava todo alinhado
instrumento de percussão

Cara super envolvente
mesmo sem ser seguidor
fez-se irmão dos crentes
na Igreja do seu Senhor

E como amigo da crença
faltava na congregação
Só por motivo de doença
Ou por viajar ao sertão

Violas, Bumbos, Pandeiros
candeeiros do interior
lembram o companheiro
Santo, Fiel, Tangedor

E quando a Irmã ou Irmão abrem um culto
no nome de Cristo, do Pequeno ao adulto
todos recordam o saudoso Dico Jacó,
um Menestrel dos ventos no meu Marajó


Saudades meu velho mano,
minha viola sempre chora
quando recorda você


Jetro Fagundes
Farinheiro Marajoara

quarta-feira, 7 de abril de 2010

A Lua


Numa dessas noites encantadas
prometo que eu irei por aí
com minha viola enluarada
tocar uma canção só pra ti

Chegarei aí num cata-vento
antes de tu, amiga, dormir
e no aposento do relento
me alegrarei com teu sorrir

E se acaso tu tiveres dormindo
as estrelas te acordarão
cada uma delas dirá sorrindo
menina, vem ouvir um violão.

Menina, vem ver a viola
que de longe veio tocar
para você de camisola
na linda noite de luar

Menina, vem ver a lua
que com todo esplendor
desponta pra alma tua
lindos versos de amor

E o violão que todo dia
é teu fã incondicional
vai dedilhar a Melodia
aquela pura, Sentimental

Acorda vem olhar a Lua
que veio lá da imensidão
pra dar encanto a tua rua
na batida dum coração

Acorda, vem que essa Lua
tá falando com seu clarão
e a serenata continua
sempre no verso, na canção.

Jetro Fagundes
Farinheiro Marajoara

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Oricélia


Oricélia

A Voz Lírica
Duma Comunidade

Companheira verdadeira
Carismática, caminheira
que traduz o verbo amar
com uma paixão imensa
vai fazendo a diferença
em Ananin, seu lugar

Missionária enganjada
é menina determinada
que por amor a multidão
sai de casa em casa
mantendo acesa a brasa
da Evangelização

Quem a vê suavemente
cantando liricamente
fica com o coração
totalmente quebrantado
em paz, maravilhado
ardente de emoção

Dizem que sua Viola
Libertária consola
qualquer humilde lar
onde o Coração Santo
acolhido com encanto
sempre irá reinar

Ela que na periferia
combate a idolatria
do nojento capital
é a pura solidariedade
na minha comunidade,
Novo Horizonte, Pantanal

Oricélia Acolhedora
uma Divina Servidora
Mulher Coragem, de Fé
é a paixão dum camarada
companheiro de jornada,
o guerreiro Josué


Jetro Fagundes
Farinheiro Marajoara

sábado, 3 de abril de 2010

Natã

Natã


Companheiro no Campo
das Conquistas


Meu Companheiro de Comunidade
que nas ações de solidariedade
mantém a chama do Socialismo
sempre acesa com seu ativismo

Caro amigo da canção, poesia
que realiza sonhos, utopias
botando em prática ideologias
com exercicios de cidadania

Tu que no Centro da Periferia
estabeleces linda parceria
com uma gente que na alegria
além da guerra é de cantoria

Você que tanto se alegra comigo
a tua casa sempre deu abrigo
muitas crianças: meninos, meninas
na Comunidade Nova Horizontina

Sempre invejei o teu suave jeito
de um radical e sereno sujeito
capaz de se mostrar indignado
quando optas em ficar calado

Hey amigo! Hey meu irmão!
é pra você essa canção
Hey amigo! Hey meu irmão!
Companheiro, Camaradão

O teu sorriso puro, verdadeiro
ja denuncia que és um parceiro
das companheiras e dos camaradas
apaixonados pela caminhada

A tua voz tão meiga, de candura
nunca apoiou arcaicas estruturas
lembra que és amigo de Guervara
um companheiro que tudo encara

Você que é pra lá de gente boa,
a elegancia em forma de pessoa
tu sempre andas muito bem vestido
prestando ajuda aos desassistidos

Tu que tens sido meu advogado
eu deixo aqui o muito obrigado
fique bem claro que não mereço
você amigo de tamanho apreço

Finalizando esse cantarolado
com tua Maria sente-se ao meu lado
baixinho lhes contarei um segredo:
Ninguém esquece o anjo João Pedro


Jetro Fagundes
Farinheiro Marajoara

A Poetisa

Encantado, mesmo sério
no jardim de bem me quer
vejo um sorriso de misterio
numa linda menina mulher

Um sorriso de Mona Lisa
Num belo olhar de Capitu
que se penteia com a brisa
no encanto de um Uirapuru




B asta a gente dar uma pincelada
E m tudo que essa menina escreve:
L indas letras versificadas
L ogo pensamos ser de uma fada
E ncantada, bela, Belle Neves

N ossa! A menina bela e tanto
E escreve ritimando na paixão
V ersos que refletem seu encanto
E ditado no mais lindo dos recantos,
S eu doce, delicado coração .

Jetro Fagundes
Farinheiro Marajoara

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Rio Tajapuru

Rio Tajapuru
Onde Canoa Baila

Lá pro rumo de Breves
do meu querido Parauhau
tu mano vento escreves
cantigas pro Tajapuru

Onde a Canoa Menina
flutua no seu balançar
que nem uma Bailarina
num dois pra lá, dois pra cá

Ali Ribeirinho, Companheiro
pureza da beira de rio
pega marola, banzeiro
dos tranzatlânticos navios

Rio camarada, amigo verdadeiro
dos embarcadiços, marinheiros
eu tantas vezes te tajapuruzei
nos tantos anos em que naveguei

Todo apaixonado pela Navegação
lembra a cantiga do Bom Capitão
que com seu puro coração divino
foi maior amigo dum Órfão Menino

Tajapuru rio da Vida

dificil é não recordar
a linda gente querida
que aprendemos a amar

Gente dos Cascos, Bajaras
Botes, Regatas, Batelões
minhas Canoas Marajoaras,
Belíssimas Embarcações
Rio onde ninguém consegue
esquecer um Desbravador
Assembleiano Daniel Berg
que por lá foi remador

Juro que é para as bandas dali,
onde encontramos o puro Açai
varando o Limão, meu Ituquara
mora Caetano, Poeta Marajoara

Raimundo Caetano Poeta Povão
Sangue Cabano, és grande cidadão
quero que perdoes minha ingratidão
mas trago a todos, cá no coração

Jetro Fagundes
Farinheiro Marajoara

Um inocente convite


Menina dos mil carinhos
se tiveres um tempinho
chega aqui no meu cantinho
bem baixinho diz que vem
ver por uma tarde inteira
o encanto das mangueiras
e as lindas tacacazeiras
da minha bela Belém.


Traga a tua magia
vamos levar poesia
à guajarina baía
do maestro Waldemar.
Teu menino indefeso
com coração aceso
quer Ver O Peso
do teu cantar.


Menina minha princesa
venha ver toda a beleza
que a nossa mãe natureza
com certeza construiu
Teu cristal e meu chinelo
num passeio mais que belo
pelo Forte do Castelo
hão de Ver O rio


E ao vermos Tipiti
brinquedo de Miriti
e a feira do Açaí,
coisas que só cá tem
ficaremos mais inspirados
encantados, enamorados
e ardentemente apaixonados
pela nossa Bela Belém.


Jetro Fagundes
Farinheiro Marajoara