terça-feira, 31 de agosto de 2010

Dom Paulo Evaristo Arns























Dom Paulo Evaristo Arns



Mano Vento que nos seus encantos
é o senhor do seu próprio querer
quero te falar d’um homem santo
que soube fazer a hora acontecer

Tempo em que a pátria idolatrada
sonhava com a volta do irmão do Henfil
ela era estuprada, violentada
por agentes da baioneta, do fuzil

Dias tenebrosos, e a ditadura
empurrava goela abaixo da nação
um tal de A I Cinco, com
censura
mergulhando o país na escuridão

Vento que na liberdade absoluta
sabe e muito bem aquilo o que quer
tu sabes não haver FÉ sem LUTA
pelos direitos do homem,da mulher


Sei que além das dores e prantos
que vistes nos terríveis porões
tu testemunhastes pelos recantos
parceria das flores com as canções

Sei também que além de tudo isto
lá no íntimo do teu lindo coração
vias o nosso Dom Paulo Evaristo
ser um porta voz da indignação

Divina, consciente, inconformada
a voz desse belíssimo cardeal
mesma sendo doce, compassada
fez estrago no regime ditatorial

E a postura de Dom Paulo Evaristo
nas noites tenebrosas do Brasil
parecia ser a do próprio Cristo
contrária a baioneta e o fuzil

Sua arquidiocese foi uma trincheira
a serviço da redemocratização
da pátria, salve, salve, brasileira

vítima da mais terrível repressão

Dom Paulo porta voz da liberdade
sempre deu apoio
às pastorais
às mais lindas das Comunidades,
as CEBs, santas Bases Eclesiais

O santo incansável Paulo Evaristo
que criou a Comissão Justiça e Paz
também é o autor do famoso escrito
anti tortura "Brasil Nunca Mais"

Esse
Corintiano Frade Franciscano
também no seu oficio de pastor
soube desafiar o próprio Vaticano
com o seu jeito puro, libertador

Vento, você sabe o que é um encanto
irresistível como um canto natural?
Encanto é ver o sorriso terno, santo
desse libertário menino cardeal

É encanto das almas inspiradoras
que faz a diferença num
sorrir
lembrando Zilda Arns, uma pastora
a que partiu em Missão no Haiti

Por seus grandes feitos realizados
Em defesa dos movimentos sociais
Dom Paulo foi várias vezes indicado
para ganhar o prêmio Nobel da Paz



Jetro Fagundes

Farinheiro Marajoara

domingo, 15 de agosto de 2010

Maria do Céo, a mãe da minha flor


Maria do Céo,

a mãe da minha flor


Lá pros rumos da minha Itabira
bem pertinho do amigo Paturi
meu mano Vento inspirado mira
o sol nascente, poente do Maguari

Por ali andava certa guerreira
que nessas terras do Maguarí
levava vida de viúva roceira
sempre estampando o seu sorrí

Itabira estrada das margaridas
seu lindo arboredo encantador
sabe toda a trajetória de vida
dessa roseira mãe da minha flor

Roseira do sorriso transparente
que no jeito meigo, cativador
retrata alguém que francamente
fala seriamente, mas com dulçor

Sorriso que tem seus recheios
de suavidade e um doce calor
da mulher que nunca tem receio
de praticar o seu dom do amor

Cheia de graça, a linda Maria
sempre incansável mulher de fé
transformava em lavanderia
as águas dum lendário igarapé

Ela que foi forjada nas enxadas
e nas sensiblidades dos roseirais
tem uma incomparável gargalhada
que soa como notas musicais

Por isso que a Quinta da Carmita,
rua mais tradicional dos Ananins
diz que a do Céu Maria é bonita
por ter o perfume dos jasmins

Linda Maria, tu que nos empecilhos
soubesses, e muito bem prevalecer,
criastes com amor filhas e filhos
todos encantados que nem você

Maria do Céo, mãe da minha pricesa
e também de uma outra santa daqui,
aquela que nós chamamos de Teresa
lá das bandas do Açude do Maguari

Esse singelo poema, prosa e verso
hoje deixo pro teu carinhoso sorri
pela dádiva mais linda do universo:
A Flor de Ananin que ganhei de ti

Chegastes na idade da sabedoria
e pelo Deus que sempre te protegeu
digo a você linda, encantada Maria
claro que me considero um filho teu

Sempre admirei os teus carinhos
a vida impecável e cheia de brio
no lar e nos albergues de velinhos
e na linda Maurícia, a beira rio

Num desses dias, no teu cantinho
com o vento meu mano inspirador
te tocaremos um Padre Zezinho
que faz cantigas pro teu Senhor

E aí na Maurícia, um doce recanto
lembraremos às margens da nossa maré
uma outra santa que com seu manto
deu encanto a um Jovem lá de Nazaré

Jetro Fagundes
Farinheiro Marajoara