domingo, 28 de março de 2010

Zé Mendes

Filho do Maranhão
Menino de Ananin

Grande amigo camarada
companheiro de toadas
das águas do Turiaçu,
é maranhense apaixonado
pelo lindo Boi malhado
e pela palha de babuçu
Menino polivalente
em tudo é envolvente
nas coisas que faz.
Companheiro de verdade
parceiro da Comunidade
homem de guerra e paz

Lindo menino guerreiro
que além de carpiteiro
e calafate mestre naval
é como propagandista
um popular artista
de lampejo cultural
Largamente conhecido
pelos seus Bois queridos
daqui, de acolá
é amado, respeitado
por todos os lados,
do Cururupu ao rio Guamá

José da carpintaria
que vive pra sua Maria
maranhense Rosa Flor,
em Ananin sua cidade
é exemplo de dignidade
por ser um belo lutador

O meu menino Zé Mendes
nunca jamais se rende
por que é um sonhador
valente, esperançoso
guerreiro, corajoso,
pra lá de vencedor

Jetro Fagundes
Farinheiro Marajoara

Pensando em Ti...


Pensando em Ti

Maresia amiga do vento
que lê alma, pensamento
e povoa meu sonhar
lembro a todo instante
além da água deslumbrante
o teu sorrir, teu olhar

Nos lugares onde passo
lembro todos teus traços
que dão vida ao meu viver
Nas coisas que vejo belas
em calçadas, passarelas
tudo faz lembrar você


Jetro Fagundes
Farinheiro Marajoara

quinta-feira, 25 de março de 2010

Ilha do Marajó


Dizem que o vento sopra forte
No embalo da maré e do carimbó,
Onde o caboclo de grande porte
Venera a Ilha do seu Marajó.

Filha da floresta Parauara,
De teus campos, igapós, mururés
Originam a ilha Marajoara
com belos furos, rios, igarapés.

Ilha que tinha os seus encantos
Nas lindas palmeiras de açaí
Não conhecia assédios e prantos
Antes do português chegar aqui.

O seu povo forte, tudo encara:
Inverno, verão, frio, calor
Perto, longe do chão marajoara
Não se lixa muito para a dor.

Ribeirinho, pescador ou roceiro
Que sabe muito bem se expressar.
Anda, vive no mundo inteiro
Mas jamais esquece o seu lugar.

Nunca esquece a sua Ilha
E seu vasto acervo cultural.
Pratos típicos, que maravilha!
Delícias da maior Ilha fluvial!

Pena que os caras de Brasília,
No absurdo da insanidade mental,
Deixem exposta essa linda Ilha
À pura ambição internacional

Historicamente abandonada
Largada como a gente nunca viu
Pela pátria mãe desnaturada
Que na verdade nunca foi gentil

Principalmente nos últimos anos
Em que tudo só fez piorar
Pela incompetencia dos tucanos
E duma estrela que ja foi popular

Jetro Fagundes
Farinheiro Marajoara

Farinheiros


Valentes colona, colono
na melhor hora do sono
heroicamente vão
produzir pra tanta gente
algo que biblicamente
significa multiplicação.

Madrugada, noite adentro
ela e ele lá pro centro
da brenha rural
vivem a vida de roceiros
dedicando o tempo inteiro
a um penoso ritual.

Três ou quatro vezes
durante uns doze meses
eles vivem a capinar
vastas áreas de roçados.
Calos, enxadas, terçados
tão ai pra confirmar.

Verão, inverno, essa rotina
com a proteção divina
tem continuação
na mandioca arrancada
e em carroças transportada
à casa de produção.

Mandioca amolecida
é ralada e espremida
num tipiti artesanal.
Depois de ser torrada
surge aí a farinhada
alimento principal.

Roceiras e farinheiros
farinheiras e roceiros
que lá na brenha rural
num trabalho cansativo
quase zero lucrativo
vivem na exclusão total.

Produtos sem importância
custam uma exorbitância
e que nem trabalho dão
São bem mais valorizados
que a farinha do roçado
vida da irmã, do irmão.

Jetro Fagundes
Farinheiro Marajoara

quarta-feira, 24 de março de 2010

Minha Flor de Ananin



Minha Flor de Ananin
Sônia, uma Sonhadora


Flor tão encantadora
idealista, sonhadora
é dona do seu querer.
Menina de comunidade
que na fé, humildade
faz a hora acontecer

Igual um sonho lindo
quando está sorrindo
em casa, num quintal
ela cheia de carinho
fala com passarinhos
com jeito angelical

Seu olhar esverdeado
tem brilho encantado
muito mais que o sol.
Pois aflora, irradia
verso, prosa, poesia
dando vida ao arrebol

Tal Flor que encanta
Tem amor por plantas
rios, brisa, puro ar
saboroso da Maurícia
céu das mil delícias
um belíssimo lugar

Menina sonho dourado
real, materializado
num florido jardim
onde o jardineiro
é um certo farinheiro
das bandas de Ananin

Sônia que na alegria
de ser filha de Maria,
outra Menina do Céu,
é cheia de amor, candura
afinidades, douçura
que nem favo de mel

Jetro Fagundes
Farinheiro Marajoara

Quando você for embora...


Quando você for embora
deixe a luz da aurora
E o sol do teu dia.
Também deixe a docilidade
e toda a sensibilidade
da tua linda poesia

Quando você for embora
nem me lembre a hora
em que haverás de partir.
Pro meu coração partido
cabisbaixo, dolorido
deixe o teu sorrir

Quando você for embora
nem olhe pra alma que chora
com aquela intensa dor.
Deixa os passos da bailarina
e algo que tanto me fascina:
O teu olhar encantador

Quando você for embora
volte logo, sem demora
saiba que sem você
minha noite é mais fria
sem alegria, cantoria
sem amor, sem viver...

Jetro Fagundes
Farinheiro Marajoara