quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016





Trinta anos e um anos sem Quintino Lira  

Ao Vento que Sopra do Marajó 
Quintino Lira, o Lampião Paraense 
Guerrilheiro Libertário 

Dizem que ele era cearense 
Banda do Sertão de Lampião
Outros, que era um paraense
Só sei que defendia sem chão

Ativo vendedor ambulante
De tudo na vida aprendeu
Lembrava caixeiro viajante
Na estrada Bragança-Viseu 

Em vilas, lugares  povoados
Ele também do trecho, peão
Via os moradores isolados
Ao longo da sua circulação

Andando de cidade, cidade
Aquele ambulante e peão
Soube  fazer boas amizades
Com a gente pobre da região

Homem honesto de verdade
Sujeito batalhador, e de bem
Um dia rumou pra localidade
De Pau-de-Remo, em Ourém

E em Ourém, Pau-de-Remo
Sujeito pra lá de batalhador
Consegue comprar terreno
De certo posseiro agricultor

Era Quintino, com bravura
Homem de pura disposição
Quieto na sua agricultura
E também na vida de peão

Um trabalhador rural suado
Juntando tostão por tostão
Pra ter o chão documentado
Com título de posse na mão

Trabalhador rural verdadeiro
Um dia, ou seu querido chão
Foi cobiçado por forasteiro
Movido da peste da ambição

Além de ter o chão cobiçado
Por um paranaense patrão
Ele passou a ser ameaçado
Inclusive de física agressão

E com documentação grilada
Patrão consegue se apossar
Indenizando com quase nada
O verdadeiro dono do lugar

Conta-se que o sujeito grileiro
Indenizou chão do agricultor
Dando ninharia de dinheiro
Dez por cento do real valor

Quando pistoleiro é contratado
Pra assassinar o trabalhador
Este, sem querer ser matado
Mata pistoleiro e contratador

Ao matar grileiro contratante
Que tomou seu pedaço de chão
Quintino Lira, daí em diante
Vai viver vida de perseguição

Vivendo a vida de procurado
No nordeste da nossa região
Ele acaba sendo convocado
Pra ser defensor de sem chão

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Auto denominado gatilheiro
Justiceiro e público defensor
Vai ser protetor de posseiros
O pessoal rural trabalhador

Região das mais assassinas
Latifundiária gleba Cidapar
Quintino convoca, aglutina
Gente injustiçada pra lutar

E depois de declarar guerra
Ao parcial aparelho policial
Ele mesmo distribui terras
Pra colono trabalhador rural

Gatilheiro amigo de colono
Trabalhador rural sem chão
Quintino Lira tirava o sono
Dos latifundiários da região

Inimigo do aparelho de farda
Que protegia vil contratador
Quintino usa sua espingarda
Em benefício do trabalhador

Inimigo número um de grileiro 
Era guerreador sem titubear
Defendia despossuído roceiro 
Conclamava o povo a lutar

No combate a patrão grileiro
Ele sabia bem se locomover
Usando tática de guerrilheiro
No modo de fazer acontecer

Guerreiro  valente de verdade
Apesar da humildade de ser
era dado a algumas vaidades
Mas sem pretender aparecer

Mas mesmo dado a vaidade
Do bigode, no jeito comum
Era um poço de ingenuidade
Pois confiava em qualquer um

Quintino,poço de ingenuidade
Descuidado entre o pessoal
Acabou traído por amizades
Agentes do aparelho policial

Numa  certa noite traiçoeira
O gatilheiro Quintino partiu 
Vítima duma sanha pistoleira
De um bando sempre serviu

A mando de grupo fazendeiro
Da famigerada Gleba Cidapar
Quintino Lira, o gatilheiro
É morto pela polícia militar

Morto covardemente matado
Da maneira traiçoeira brutal
Teve  indefeso corpo violado
Pelo aparelho militar policial

Herói covardemente matado
A pedido dos donos da região
Foi às escondidas enterrado
Longe dos amigos, do povão 

Longe de ser um bandoleiro
Como uns e outros patrões 
Quintino foi um guerrilheiro
E de libertárias convicções 

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Um guerreiro das magnitudes
Tão inimigo de doutor patrão
Lembrava, às vezes, Robin Hood
Ajudando carente população

Enquanto houver despossuídos
Em Ourém, Santa Luzia, Acará
Quintino jamais será esquecido 
Por algum Sem Terra no Pará

Quintino ainda é lembrado
Por muita gente sem chão
Vítima de documento grilado
Pelo latifundiário patrão

Companheiro considerado 
Verdadeiro herói na região 
Quintino sempre será amado
Por suas ações de libertação

Ele é o povo conscientizado
Recheado da real convicção
Que muitos arames farpados 
São fincados à base de ambição

Autêntico valente guerrilheiro 
Por pensar em prol do bem comum
Foi dos fazendeiros, pistoleiros
O grande inimigo número um

Quintino é o irmão injustiçado 
Vítima da nojenta CIDAPAR 
No Pará, o estado estuprado 
Nos governos do regime militar 

Irmão de lavrador roceiro 
Foi assassinado às traições
Por latifundiários bandoleiros
Os inimigos das plantações 

Viva Quintino, irmão valente
Guerreiro das ousadas ações
Irmão que ta sempre presente
Nas libertárias celebrações

Quintino é o cabo duma enxada
É um roceiro com o seu facão
Latifúndio é terra concentrada 
Uma maldição na nossa nação

Viva o guerreiro Quintino Lira 
Viva o irmão Trabalhador Rural 
Que  vai vencendo a mentira
De um latifúndio vilão imoral

Quintino é a prosa e o verso
Revoltados contra o que vê
Enquanto o latifúndio perverso
Grila terras, mata o viver

Quintino é a ousada bravura
De uma Libertária Pastoral 
Que sabe o dizer da Escritura:
Terra é um dom divinal

Viva Quintino, o companheiro
Que nesta parauara região
Lembrava Antonio Conselheiro
Herói de Canudos do Sertão 

Quinto cumpriu o seu destino
Na região mais violenta do país
E lembro: Terra é um dom divino 
É a Santa Bíblia que nos diz

Jetro Fagundes 
Farinheiro do Marajó e de Ananin

sexta-feira, 4 de setembro de 2015

Lembrando a Copa do Mundo de 50

Lembrando a Copa de 50
em 50 Estrofes 




Vento, me lembro com clareza
O Veropa, as vendas de jornais
Quando me falavas as proezas
De uma Seleção linda demais

Alembro tu todo iluminado
Nas embaixadas com o arrebol
Falando dum timaço encantado
Belíssima Seleção de futebol

Seleção das mais encantadas
Que não ganhava só por ganhar
Costumava ganhar de goleadas
Dando um show ao vivo popular

Em mil novecentos e cincoenta
O Brasil é a sede do mundial
Em todos os jogos apresenta
Um futebol brilhante, genial

Seleção das mais envolventes
Jogava o tempo todo na vertical
Sem retrancas, só para frente
Dava espetáculo sensacional

Vento, tu sabes que não minto
Tinha aquela  histórica Seleção
O grande  Jair da Costa Pinto
Comandando uma constelação

Aquele time tinha um volante
Que parecia um mágico, sim
No fundo, um príncipe elegante
O já lendário Danilo Alvim

E esta geração de hoje precisa
Lembrar que a Seleção do Brasil
Tinha alguém chamado Mestre Ziza
Cracaço vindo dos encantos mil

Mestre Ziza, o craque Zizinho
Pela magia que fazia com o pé
Ainda é considerado com carinho
Como o maior, pelo próprio Pelé

Aquele nosso escrete de aço
Sabia ganhar e convencer 
Como um fantástico timaço 
Com mínima chances de perder

Aquele timaço feito de raça
Tinha uma técnica excepcional
Em Bigode, Augusto, Friaça
Em Chico, Bauer, Juvenal...

Vento, repito mil e umas vezes
Aquela Seleção era fenomenal 
Nove gols, Ademir de Menezes
Foi o artilheiro do Mundial

Vento, seu cronista altaneiro
Aquela histórica Seleção
Tinha um belíssimo goleiro
Oriundo das bases do Vascão 

Se queres saber, companheiro
Barbosa, um gigantão negão
Foi o mais lindo dos goleiros
Que já defendeu nossa Seleção

Elástico, homem de vida honrada 
Corajoso, um grande cidadão 
Das pessoas mais injustiçadas 
Defendia até com trocada mão 

Crucificado por uma gentalha
Que ama eleger bode expiador 
Nem de longe cometeu falha 
No jogo final tão sofredor

Vento, aquele time encantado
Não foi o campeão mundial
E se cometeu algum pecado
Pra poesia é sempre imortal

Diz-se que o natural favoritismo 
Do jogo ser no Maracanã, Rio
Aliado ao excesso de otimismo
Causou a derrota do Brasil

Apesar do seu final tristonho
Ao perder pro time do Uruguai
Aquele escrete era dos sonhos
Que da memória poética não sai

Enquanto muitos comemoravam 
O título já por antecipação
Jornais do país circulavam 
O Brasil com faixa de campeão

No domingo do jogo decisório
O Brasil era eufórica sensação
Hinos patrióticos, foguetórios
Comemoravam por antecipação 

O clima do já ganhou campeonato
Mexeu muito com o uruguaio brio
Que resolveu  não deixou  barato
Batendo na final o nosso Brasil

Vento, seu cronista menino
O Uruguai que se sagrou campeão
Tinha Ghiggia, tinha Schiaffino 
E ele, um já um lendário capitão

Seu menino, eu nem te conto
Me perdoa, mas tenho de falar
O tal capitão era um monstro
Que mal dá pra confabular

Herói dos heróis do passado
O capitão da Uruguaia Seleção
Já era um monstro sagrado 
Naquela histórica competição

E aqui digo quase em poeminha
O cara era um baita de jogador
Era o dono das quatro linhas
Mandava mais que seu treinador

Dentro da lógica perspectiva
Varella, pela postura de atuar
Já era verdadeira lenda viva 
Na forma de jogar e de mandar

Vento, tu que ama a cidadela
Lá donde a Coruja ninho faz
O lendário Obidulio Varella
Fez o teu Brasil chorar demais

Neste jogo em que a aguerrida
Celeste bateu o nosso país
Varella foi o dono da partida
Mandou no jogo e até no Juiz 

Primeiro tempo, jogo truncado
O Uruguai raçudo e retrancador
Terminou com o escore empatado
Deixando apreensivo o torcedor

Segunda etapa logo no início 
Friaça inaugura o placar
Dando um fortíssimo indício 
De que o Brasil iria ganhar

Alegria, o nosso povo festejava
Rojões, foguetórios pelo país
Ninguém nem em sonhos esperava
Que teríamos um final infeliz

Varella, um notório cantimbeiro
Por minutos ficou a reclamar
De um impedimento brasileiro
Tudo com propósito de esfriar

Depois de deixar jogo parado
O lendário e histórico capitão
Pôs a bola no centro do gramado
E chamou o seu time pra reação 

Vento, porque deixastes o destino
Ser malino com a nossa Seleção?
Dava pra impedir que Schiaffino
Comandasse a fatídica reação

O gol de Schiaffino foi trágico
Num empate daquela final vilã
Esfriou o nosso time mágico
Silenciando o grande Maracanã

Mas o pior veio logo em seguida
Quando o Uruguai fez segundo gol
Passando à frente, na partida
Parece até que o mundo desabou

Vento, a Poesia nem te conta
Quando Ghiggia, uruguaio matador
Deu uma arrancada pela ponta
Sem chances, virando o marcador

Final de jogo, fim da partida
O Uruguai, como Campeão Mundial
Faz a nação ficar entristecida
Brasil a fora, um choro geral

Logo após a partida terminada
Se viu no Maracanã comoção
A entristecida arquibancada
Era o puro retrato duma nação

O mundo inteiro pasmo parecia
Até o presidente Jules Rimet
Em total estado de melancolia
Estava entristecido de se ver

Vento, não sei se é verdade
O que a Lenda também te contou:
Varella madrugou pela cidade
E com os brasileiros chorou 

O homem que pulava de alegria
Por vencer o imbatível Brasil
Nos bares varou a noite fria
Se recusou a comemorar no Rio

Varella, líder nato verdadeiro
Se minha  memória não me trai
Paresque que era brasileiro
Naturalizado lá no Uruguai

Vento do guajarino Veropa
Algo nos serve de consolação
Foi a partir daquela copa 
Que ganhamos mundial projeção

Enquanto já tivemos levantadas
Cinco Taças, Penta Mundial
Uruguai nunca mais ganhou nada
Perdeu projeção internacional

E para que ninguém aqui pense
Que persigo a uruguaia seleção:
Ela foi goleado por Paraenses
Na inauguração do Mangueirão

O Torcedor da Copa de Cincoenta
Inúmeras alegrias pode ter
Na Suécia, no Chile, em Setenta
Com a definitiva Jules Rimet

Viu uma geração dos encantos
Das magias com a bola no pé:
Didi, Garrincha, Nilton Santos
Rivelino, Tostão, Gerson, Pélé

E para quem ama tanto, gosta
De ser idolatrado treinador
O competente Flávio Costa
Bem mais, era real professor 


Jetro Fagundes, Farinheiro do Marajó e de Ananinn 

sábado, 4 de janeiro de 2014




Mario Quintana,
o mais imortal dos imortais

Vento, seu sumano idealista
Sente-se aqui, vou te contar
um  pouco de um anarquista
que também amava te poetar

E tu que detestas cassetete
porrete,  molotov, coquetel
sabias que lá em Alegrete
nasceu Quintana Menestrel?

Gaúcho, feito de sensibilidade
era poeta, jornalista, escritor
cheio das suas versalidades
sendo inclusive um tradutor

Ele, nos estilos significativos 
traduziu de maneira genial
mais de cento e trinta livros
obras da literatura universal

Tradutor de obra estrangeira
enriquece de valores culturais
tantas prateleiras brasileiras
com autores internacionais

Como Poeta de simplicidade
senhor da sua arte de escrever
tinha o dom da originalidade
que era uma barbaridade tchê

Vento, tu que amas a Poesia
sei que te enchias de admiração
por quem sabia usar a ironia
na  profundidade da perfeição

Lembro tu de coração lavado
lendo e sorrindo de montão:
“Quem faz sentido é soldado
eu não preciso dar explicação”

Que fique muito mal entendido
não faço forças para explicar
o Poeta dizia: quem faz sentido
é um induzido civil, ou militar

Pra saber o que é encantamento
o leitor necessita dar atenção
a poética Rua dos Cataventos
um livro de enorme repercussão

Sumano, a Rua dos Cataventos
o Poeta de maneira magistral
utiliza, evoca vários elementos
tipo Rua, Ventos, Nuvens, Lual

Ao Catar Ventos encantados
qualquer previlegiado  leitor 
verá em Sonetos metrificados
tudo sobre a infância do autor

Vento, sumano que consegue
fazer as mais naturais agitações
faça cantorias pra Porto Alegre
Apontamentos, Poesias, Canções

Cante, meu sumano cancioneiro 
de Sapato Amarelo, Nariz de Pilão
diga que o Aprendiz de Feiticeiro
é  lúdico aprendizado, real lição

E com Sapato Furado, Florido
lembre o Poeta do Sul do Brasil
Batalhão de Letras, Nariz de Vidro
Poesias,  A Primavera Cruza o Rio

Lá na Porto-alegrense menina
cante pro Guaíba, o rio do autor
Ora Bolas, Na Volta da Esquina
nem sempre tem Conto de Horror

I I

Ah, sumano, quando cantares
nunca jamais terás meu perdão
se tu não entoares Quintanares
um espetáculo de inspiração

Cante, assobies  pelos recantos
cantorei uma criteriosa seleção
entoando o Baú dos Espantos
buscando cotidiana valorização

Em versos livres, suaves, leves
um baú de caráter bem especial
nos apresenta poemas breves
com rimas, sem rimas, ao natural

Quintana, menestrel da poesia
sabia navegar como ninguém
nas correntezas das antologias
de forma marcante, muito bem

Poeta que o Povo não esquece
deixou a entender em citações
a glória nem de longe merece
quem quer apenas as louvações

A respeito da sincera Amizade
disse quase em tom musical
que ela, no fundo é na verdade
uma espécie de amor eternal

Sempre em tom de musicalidade
que a Poesia ama rememorar
ele dizia a respeito da Saudade:
é o que faz tudo no tempo parar

Vento, que junta, espalha brasas
Anjos não dão os ombros, não
dão bem mais, dão as suas asas
mostram indiferenças com ação

E o poeta viveu sempre sozinho
dizia entre a inspiração e clarão
os que atravacam meu caminho
EU PASSARINHO, eles passarão

Quintana, de modo indiscutível
fez a cantoria ser o seu labor
num estilo poético ultra sensível 
em caso constante com o amor

Simples, numa literatura  prática
Poético para um bom entendedor
sabia bem  tratar da temática
que se relacionava com o amor

Já como escritor consagrado
vivenciou em três ocasiões
o drama de ter sido rejeitado
lá na Academia dos Medalhões

Vento, tu que odiavas militares
agentes torturadores, porões
sabes que escritos Quintanares
foram rejeitados pelos Fardões

A casa machadiana brasileira
fazia  opções preferenciais
por muitas raposas traiçoeiras
maribondos de fogos nacionais

Até hoje a brasileira academia
ainda faz preferencial opção
por gente assassina da poesia
tendo até um certo vendilhão

E lá um dia, a casa dos letrados
ao Poeta ofereceu um fardão
mas ele já estava imortalizado
na alma  de quem ama a canção

I I I

Certo é que a casa machadiana
pobre de verdadeiro intelectual
arrependeu-se da atitude insana
de ter rejeitado um já imortal

E ao ser devidamente rejeitada
por um verdadeiro Intelectual
a Academia ficou desacreditada
pela opinião pública nacional

Vento, tu que ama tinta, resma
depois que o teu Poeta partiu
a Poesia nunca mais foi a mesma
ficou pobre a cultura no Brasil

Quintana e os seus Quintanares
hoje povoam outra dimensão
e lá no mais ideal dos lugares
o da imortalizada imensidão

E ele que não quis ter adentrado
na casa que apoiou casernais
ficou bem mais imortalizado
ao deixar o mundo dos mortais

Quintana, pelos seus Quintanares
pelas coisas que fez,  produziu
é um dos poetas mais populares
ou quem sabe, o maior deste Brasil

Vento, meu sumano, me perdoa
se faço uma herética comparação
mas Quintana é o nosso Pessoa
que navega no mar da inspiração

Quintana, poeta da simplicidade
como poucos conseguiu conciliar
o grau elevado de intelectualidade
com a singeleza da poesia popular

Poucos como ele são tão amados
de bem poucos a História lembrará
muitos vestem fardões indicados
mas Quintana vive, sempre viverá

E vive na Poesia comprometida
com a cultura, baú das emoções
vive cada vez mais cheio de vida
na esquina das próximas gerações

Vive no bom gosto manifestado
do consciente cativante leitor
que persiste em deixar de lado
quem não canta a beleza do amor

Vive sempre numa boa literatura
por ali, no reservado cantinho seu
porto-alegrense Casa da Cultura
nas coisas encantadas que escreveu

Quintana vive numa antologia
de Poeta, um eterno guardião
defensor da senhora democracia
da pura liberdade de expressão

E o Poeta vítima da politicagem
de acadêmicos que amam bajular
sempre utilizava uma linguagem
contaminada pela fala popular

Poeta romântico, lírico, concreto
um amante da vida, foi-se na paz
e é, sim,  como poeta completo
mais imortal de todos os imortais

Gaúcho Poeta dos mais queridos
dizia, a respeito das declamações:
Poemas existem para serem ditos
e eu acrescento, sem piruetações 

Jetro Fagundes, Farinheiro Marajoara


















quinta-feira, 11 de julho de 2013

Dos Encantos Marajoaras





Dos Encantos Marajoaras 


E são nas dificuldades infindas

constantes do campo ao igapó
que se revelam Amazonas lindas
como as Guerreiras do Marajó

Se as dificuldades vão surgindo

na vida, nas canoas, nos rios
elas superam tudo sorrindo
nos mais brilhantes desafios

É claro que em todos os cantos

a gente acha guerreiras belas
mas bem raras mostram encantos
diante das lutas, das panelas

E as guerreiras das mais bonitas

que enfrentam diversas situações
por não se revelarem aflitas
inspiram versos, prosas, canções

Canções que embalam os Ventos

Marajoaras, pros rumos de cá
pra quem esbanja encantamentos
em Vila Valéria, Rio Atuá, Muaná

Jetro Fagundes

Ananin, Cidade do Pará
Julho de 2013
A foto é de Eliseu Pereira

Jamais se desespere em meio 

as sombrias aflições de sua vida, 
pois das nuvens mais negras 
ai água límpida e fecunda.


vila Valeria Rio Atuá. — em Muaná-Marajó-Pará.