terça-feira, 20 de julho de 2010

Josué Fagundes, o paizão dos seus manos



Josué Fagundes
o paizão dos seus manos

II

Querido irmão mais velho
que levava os manos seus
pro caminho do Evangelho
à Casa do seu Senhor Deus

Soube exercer influências
daquele irmão condutor
com a devida paciência
NA GRAÇA E NA PAZ DO SENHOR

Companheiro, camarada
como humilde batalhador
não deixava faltar nada
principalmente o amor

E digo aqui mano Vento
jurando por teu Violão
eu nunca ouvi lamentos
sequer uma reclamação

E mesmo tu sendo cheio de ternura
sei que também fazes travessuras
juro que as palmadas que eu levava
doia um pouquinho, mas logo passava

Eu que nunca fui santo
só tenho que agradecer
em prosa e verso, canto
e sem jamais esquecer...

Que o mano da alma minha
sim, me criou, me educou.
E com sacas de farinha
lá no inicio me ajudou

Lembro as duras lidas
o labutar, o batalhar
e intermináveis partidas
de damas, em nosso lar

Numca esqueci a peleja
na bela exemplificação
nos serviços da igreja
evangelismo, multirão

Vento, tu que tens a mais boa memória
sabes que um dia contarei toda história
desse teu navegante companheiro de fé
Marajoara Cabano, meu lindo mano Josué

Hoje junto a natureza
lugar que lembra o céu
ele vive com Teresa
nessa belíssima Portel

Senhor dos seus trilhos
continua no caminhar
de ajudar netos e filhos
sem jamais se cansar

Vento sei que você sabe
Josué Fagundes batalhador
virou um dono de cyber
inovador, empreendedor

E continua sendo amante
mesmo depois do Senai
da vida de navegante
tal como o saudoso pai

Mano, lembrando tudo o que voce ja fez
eu te dedico o Salmo cento e vinte e seis
E minha viola pra ti sempre cantarolará
"quem planta na dor com alegria colherá"


Jetro Fagundes
Farinheiro Marajoara

2 comentários:

Jetro Fagundes disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Jetro Fagundes disse...

Josué, meu lindo mano
pai de oito irmãos
e tantos outros manos


Tai meu mano velho aquilo
que nossa mãe nos ensinou
que as pessoas precisam
seren lembradas ainda em vida.
Teu irmão caçula, meu violão,
as sacas de farinha, as muitas
defesas.. nossa, ninguem esquece, nunca esquece o paizao que voce foi e ainda é.
Te deixo um breve comentário
dum salmo muito lido nas
Rodas de Comunidades, o 126,
um dos Salmos favoritos da nossa
mãe, se bem que o favorito dela
era o 91.

Breve comentário do Salmo 126


Frei Carlos Mesters


1 Aquela vez que Javé
fez voltar os exilados de Sião,
parecíamos sonhar:

2 nossa boca se encheu de riso
e nossa lingua, de canções.
Até entre os povos se comentava:
"Javé fez grandes coisas por eles!".

3 Sim, Javé fez grandes coisas por nós,
por isso estamos alegres.

4 Ah! Javé, mude também agora nosso cativeiro
como os córregos do deserto,
despertados pela chuva repentina!

5 Pois quem semeia com lágrimas,
colhe com gritos de alegria.

6 Quem vai, vai chorando,
a semear sua semente.
Ao voltar, voltará cantando,
a carregar o seu trigo.





De um lado, a história, a experiência do cativeiro. Do outro, a vida de sempre, a experiência do povo trabalhador!

O Salmo 126 mostra como a vida e a natureza ajudam a entender os acontecimentos da história e como a história ajuda a entender a vida.


O povo parecia vale seco. Ele pede que Deus o transforme em rio, por meio da chuva repentina da sua ajuda e da sua graça.


Experiência do lavrador (5 e 6) – O povo da roça, do interior, vive a vida do dia-a-dia e entende as coisas da natureza. Sabe como plantar e colher. Sabe que, muitas vezes, o plantio se faz na penúria, pois a reserva feita no ano anterior está chegando ao fim, e a comida já é pouca. Sabe que, durante os meses seguintes, vai ter que apertar o cinto. Mas sempre planta, na esperança de uma colheita abundante.

E quando, no fim, a colheita é farta, esquece o sofrimento, como a mulher esquece a dor do parto depois que a criança nasceu (João 16,21).

Sofrimento e alegria vão se revezando na vida, moram juntos na mesma casa, no mesmo quarto, na mesma família, na mesma pessoa. Por isso, o salmo reza: "Quem semeia com lágrimas, colhe com gritos de alegria...".

A vida ajudou a entender melhor a experiência dolorosa do cativeiro. A experiência vivida no cativeiro tornou transparente aquilo que se vive no dia-a-dia, dando-lhe um novo sentido.

Isso aconteceu na vida do povo de Deus e acontece também na nossa vida. O Salmo ajuda a gente a prestar mais atenção a essas coisas do dia-a-dia da vida, a não viver na superficialidade.