sábado, 24 de setembro de 2011

Dalcídio Jurandir, o Marajoara do Século Vinte




Dalcídio Jurandir
O Marajoara do Século Vinte

Ah, Cachoeira do Arari predestinada
nos remansos das águas do teu sorrir
Pontas de muitas Pedras são lapidadas
pelos romances de Dalcídio Jurandir

Menino com uma incrível facilidade
de narrar vaqueiros, canoas, o rio
foi sem dúvida a maior personalidade
literária que o Marajó já produziu

Jornalista de alma revolucionária
simplesmente brilhante intelectual
de uma riquíssima produção literária
poética, romântica, concreta, social

Dalcídio utilizava sua literatura
num fantástico esclarecedor desafio
que denunciava a social estrutura
exploradora no Norte do nosso Brasil

Homem Romântico, realista, engajado
conhecimento de causa sobre seu país
um certo dia das mãos de Jorge Amado
recebeu o Prêmio Machado de Assis

Marajoara que tinha talento de sobra
ao retratar aspectos sociais, regionais
é premiado pelo conjunto da sua obra
recheado de tantos valores culturais

Intelectual ligado aos apelos populares
sabia facilmente se fazer compreender
enfrentando o ódio de fascistas olhares
que por anos foram os donos do poder

Antes ou mesmo depois de ser conhecido
o romancista Jurandir acalentando sai
imaginando Campos Marajoaras floridos
como os das fotos dos álbuns de seu pai

Sujeito de uma polidez impressionante
o escritor Dalcídio Jurandir era um ser
de origem humilde, e educação marcante
finos tratos, afetividades no conviver

Marajoara sumano de narrativa poética,
socialista na literatura e na ação,
viajou inclusive à União Soviética
onde sua obra teve vasta divulgação

Romancista, regionalista brasileiro
de Cachoeira da chuvarada, do toró
foi pros rumos do Rio de Janeiro
ah, mas nunca esqueceu o seu Marajó

Marajoara esclarecido, revolucionário
com espírito formador da imaginação,
foi o homem dos romances proletários
um lindo escritor de popular erudição

Dalcídio, "OS HABITANTES" das "RIBANCEIRAS"
na "PONTE DO GALO" em "BELÉM DO GRÃO PARÁ"
sabem que "CHOVE NOS CAMPOS DE CACHOEIRA"
lá no "MARAJÓ" que sempre te reverenciará

PASSAGEM DOS INOCENTES, CHÃO DOS LOBOS
PRIMEIRA MANHÃ, TRÊS CASAS E UM RIO
todo mundo sabe, pois não somos bobos
és dos maiores escritores desse Brasil

Personalidade Marajoara do século vinte
que nas "Linhas dos Parques" culturais
escrevia com simplicidade e requinte
como uns tantos da galeria dos imortais

Grande Amazônida, Paraense, Parauara
o fantástico escritor Dalcídio Jurandir
é um imortal pro nosso povo Marajoara
por sua militância no escrever e no agir

Jetro Fagundes
Farinheiro Marajoara


sábado, 17 de setembro de 2011

Giovanni Gallo, o Ítalo-Marajoara




Giovanni Gallo,
o Ítalo-Marajoara

Dizem que d'outro lado do Oceano
certo homem entusiasmado decidiu
deixar o seu aconchego italiano
em prol dos desassistidos do Brasil

E veio pros rumos de Cachoeira
do Arari, Jenipapo, Santa Cruz
pras ilhargas das ribanceiras
sem posto médico, telefone, luz

Padre da Ordem dos Jesuítas
na realidade vai ver e viver
dura realidade das Palafitas
sem água potável e pouco comer

Homem libertário e visionário
fez no sacerdócio linda missão
colégio que ia além do primário
e posto de saúde pra população

Perfil Libertário, carismático
fez com que sofresse retaliação
de governantes e eclesiásticos
nos anos de chumbo, de repressão

Tachado de religioso subversivo
como homem de ação, muito sonhar
fez acontecer dando incentivos
em projetos de interesse popular

O italiano religioso, teólogo
Giovanni Galo era pesquisador
grande fotógrafo e arqueólogo
um intelectual, poeta escritor

O HOMEM QUE IMPLODIU bem às claras
ORNAMENTAVA descrevendo o MARAJÓ
nos MOTIVOS DA CERÂMICA MARAJOARA
na DITADURA DA ÁGUA do rio e igapó

Por ali ele descobriu um segredo
o brasileiro é um povo particular
“tem olhos na pontinha dos dedos
porque tudo o que vê quer tocar”

Tendo em mente as pontas dos dedos
criou pro povo do campo, do igapó
um espaço como um grande brinquedo
lá no Arari, "O Museu do Marajó”

Museu recheado do puro carinho
retrata homem e mulher da região
aspectos da vida do ribeirinho
fazendas, pescaria, embarcação...

Retratando de um modo antológico
toques, olhares fabulosos e reais
o Museu é um achado arqueológico
das artes dos nossos ancestrais

Giovanni Gallo como um museólogo
navega na correnteza da Exposição
retratando como um leigo sociólogo
o Marajó no seu "Campo de Missão"

Guerreiro dos sonhos tão sonhados
inquieto desde os tempos de Turim
quando um dia recebeu seu chamado
ah, ele imediatamente disse sim

E dizendo sim pra QUEM o chamara
nunca imaginou que seu EIS-ME AQUI
seria pra ser um ÍTALO-MARAJOARA
Em Santa Cruz de Cachoeira do Ararí

Giovanni Gallo descreveu como poucos
lá pras bandas das ilhargas do Arari
os tantos valores do marajoara caboclo
inclusive na etimologia do nosso tupi

Jetro Fagundes
Farinheiro Marajoara

sábado, 10 de setembro de 2011

ANANINDEUA da Flor de Ananin





ANANINDEUA
da Flor de Ananin

Filha das resinas e dos Poemas
de cada Flor desse natural jardim
duma Árvore de enorme sapopema
que nativos batizaram de Ananin

Cidade da Industrial Estrada
Mocajatuba, Zacarias de Assunção
é onde sol e lua fazem morada
dando mais beleza a esse chão

Amiga dos trilhos Belém-Bragança
O rio Maguari vive dizendo assim
"Conserves as Raízes da Esperança
das tuas Sementinhas de Ananin"

Porta de entrada dos belemenses
Ananindeua, um recanto acolhedor
das cidades é a mais paraense
por ter tanta gente do Interior

Ananin da Providência, Moça Bonita
linda Cidade Nova, Una, rua do Fio
Bom Sossego, Quinta das Carmitas
do Quarenta Horas beira do rio

Em todo lugar tem companheirada,
gente que combate, e pra valer
tantas estruturas ultrapassadas
que vivem se revezando no poder

Ananin dos Campos das Conquistas
tem gente sem medo de ser feliz
sonhadores guerreiros, ativistas
Beto, João Amorim, Luíz Muníz...

Na Paulo Maranhão via passarela
nos encantamos com Sonia Baltazar
que cria e pinta lindas telas
com o carisma de Artista Popular

Cidade de uma gente bem seleta
um pessoal que prefere discrição
sonhadores, voluntários, poetas
gente de paz que faz por paixão

Pessoal que de alma divina pura
realiza trabalho transformador
e sem um centavo de prefeituras,
de coronel, qualquer vereador

Gente que tá nem aí pro dinheiro
como o companheiro Natan, irmão
prestativo, solidário, caminheiro
socialista na dialética e na ação

Ananin das autênticas boas vindas
nas ocupações do Distrito, Guajará,
Guanabara, Atalaia, Águas Lindas
Marighella, Águas Brancas, Aurá

Aqui as Ilhas vivem Curuçambando
tem Quilombola meu lindo Abacatal
Ivan Caripi que sai carimbolando
no ritmo do Grande Mestre Juvenal

Cidade em que o povão todo dia
noite, tarde ou horário matinal
vive arriscando a vida na rodovia
BR, estrada da impunidade federal

Mas nada disso tira o encanto
da beleza na clareza da vocação
de Ananin em que cada recanto
foi projetada por sua população

População que no Sangue Cabano
diante das injustiças sociais
ocupou os latifúndios urbanos
das várias oligarquias locais

Aqui a necessária reforma urbana
se foi fazendo com naturais ações
a partir das carências humanas
dando origem a várias ocupações

E o Sol que brilha alegremente
vive aplaudindo o povão daqui
que luta e resiste bravamente
pelo Jarderlândia, PAAR, Icuí

Linda Ananindeua hospitaleira
um marajoara vive a testemunhar
numa certa bicicleta farinheira
as bondades do povo desse lugar

Ah, e aqui nós temos a garantia
de futuro em cada tom, som, dom
nas poesias de Beatriz, menina Bia
Gustavo, Paulo Sérgio, Professor Leon...

Ananin de tantos natos artistas
gente da mais perfeita comunhão
como Zé Paulo, um irmão Batista
do Zé Mendes, sumano do Maranhão

Zé Paulo Mendes Artista Camarada
do trabalho de base sensacional
com meninos, meninas, Criançada
do Riacho-Vila-Floresta-Pantanal

Ananin dos mais doces aconchegos
que tanto nos enchem de emoção
bonito é caminhar na Bom Sossego
vendo o Tapete do Campo do União

Cidade querida onde sou abençoado
nas dádivas que Deus reservou a mim
principalmente num olhar encantado
de Sonia a minha Flor de Ananin


Jetro Fagundes
Farinheiro Marajoara

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

AFUÁ, Veneza Amazonense





AFUÁ,
Veneza Amazonense

A F U Á das conhecidas palafitas
predominada por várzea e igapó
por ser uma cidade limpa e bonita
é considerada uma Veneza no Marajó

Pense numa cidade limpa e bonita
sem fumaça, sem poluição do ar
lugar em que carro nunca transita
o cidadão pode tranquilamente andar

Em Afuá você alegremente pedala
num tipo diferente de embarcação
que sob as pontes rodando embala
alma do horizonte, a própria canção

Cidade de uma beleza inenarrável
simplesmente inesquecível, surreal
e onde quase tudo é inexplicável
ciclovia cem por cento magistral

Afuá nos lembra um conto de magia
Não Pasmem! Ela é sim sem igual
suas ruas, antológicas ciclovias
foram matéria até na mídia global

Bicicletas cheias de incrementos
tem volantes, som, amortecedor
poltronas, farol, balanceamento
tem tudo, menos motor poluidor

Cidade linda e conservacionista
menina amazônica, marajoara Afuá
pela beleza turística folclorista
recebe visitante de Belém, Macapá...

Por ali até as casas e palafitas
todas com seus encantos naturais
são muito mais dignas e bonitas
que certos palácios das capitais

Terra de gente linda e criativa
que um pouco de tudo sabe fazer
suas vias, ruas, pontes, estivas
tem amor de sobra pra oferecer

Cidade super amiga da ecologia
moto e carro são proibidos por lei
o que movimenta parte da economia
é o Açaí, sumano considerado rei

Produzido e extraído em abundância
o Açaí é um alimento tão popular
considerado de enorme importância
sempre presente na mesa familiar

O cardápio afuanse é bem variado
nas quebradas de cada caldeirão
tem peixe gostoso e o tão afamado
o importante ribeirinho Camarão

Eita Afuá, cidade menina parceira
do meio ambiente, do sumano Cordel
terra de Antônio Juraci Siqueira
este sim, um Autêntico Menestrel

Sumano dos mais lindos cantadores
o Poeta Marajoara Antonio Juraci
da Academia Brasileira dos trovadores
é um Afuaense companheiro do Açaí

Cidade que é qualquer coisa de linda
aqui cada maré alta ou baixa mar
vivem dando alegres boas vindas
ao turista que tem vontade de ficar

E essa linda cidade afuaense
respeitando as devidas proporções
lembra uma Veneza Amazonense
por flutuar em versos, canções

Jetro Fagundes
Farinheiro Marajoara