segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Castro Alves, Poeta Romântico e Libertário


Castro Alves, Poeta Romântico e Libertário

I

Vento, parceiro dos navegantes
cante para as asas do condor
cantigas de Espumas Flutuantes
que lebram o Hino do Equador

Cante e encante com teu canto
que sopra puro ar inspirador
lá na baía de todos os santos
de Curralhinho, de Salvador

Cante pras Kizombas, Angola
da Mãe África, presente aqui,
e pro teu irmão das Kilombolas
sumano da negritude, do Zumbí

Cante pra encantada Idalina
menina que foi lá no sertão
aquela belíssima nordestina
que te dava tanta inspiração

Vento, amigo que na maresia
beija a proa da embarcação
lembras um menino da Bahia
dando show de declamação ?

Lá pros anos mil e oitocentos
década de quarenta vai nascer
alguém avançado pro seu tempo
inovador na forma de escrever

Amigo da arte, música, festa
desde cedo e já no ginasial
fazia nos saraus e serestas
cantoria romântica e social

Além de bem vestido, elegante
possuia voz sublime de trovão
de Agamenon, firme, possante
que vibrava em todo coração

Ele que varava as madrugadas
pela poesia se tornou paixão
inclusive de mulheres casadas
empolgadas com a sua canção

Cantador irmão dos navegadores
Castro Alves, o poeta do Condor
fazia pras suas rosas, flores
cantiga, verso e prosa de amor

Ele que inspirado na primavera
dizia com jeito enternecedor
Ah, se pudesse, ai quem pudera
viver, qual vive a linda flor

Poeta que nos mil e um amores
como conquistador de corações
fez os poemas mais encantadores
pra ela, a Musa das multidões

Vento, mano das sensibilidades
Castro Alves em suas louvações
dedicou à tua Musa, LIBERDADE
as mais belas, lindas canções

Juro mano Vento que é verdade
as mais bonitas composições
ele fez pra amada LIBERDADE
rompedora dos cruéis grilhões

Amante de uma escola literaria
que sabia se utilizar da canção
soube agir de forma libertária
pela república e pela abolição

Ele soube usar a literatura
como potente arma principal
contra monarquia, escravatura
que manchavam a honra nacional

II

Poeta que dizia nas cantorias
de peito aberto, com indignação
que o negro não era mercadoria
pra ser negociado em um balcão

Cantando pros inspirados ares
exaltou em autêntica louvação
os negros valentes dos palmares
anjos da lendária insurreição

Vento, meu camarada cancioneiro
sei que esta tua estrondosa voz
ja declamou o "Navio Negreiro"
pra ave dos oceanos, o Albatroz

Sei também que vistes injuriado
Auri Verde pendão testemunhar
pobres irmãos negros açoitados
nos porões funestos em alto mar

Na linguagem divina da poesia
dizia que o Auri Verde Pavilhão
servia de mortalha na travessia
de africano negro nosso irmão

Também na voz divina da poesia
ele direcionou o seu escrever
contra a retrógrada monarquia
e os oligarcas donos do poder

Republicano de primeira hora
Castro Alves sabia acompanhar
todos os movimentos da aurora
dos tempos novos, do renovar

E cultivava a amizade singela
de grandes vultos desse país:
José de Alencar, Fagundes Varela
Rui Barbosa, Machado de Assis

Amigo de Álvares de Azevedo
um outro poeta intelectual
que também partindo bem cedo
se tornou num célebre imortal

Salas de Direito em Pernambuco
deram-lhe companheiros imortais
ilustres como Joaquim Nabuco
defensor das igualdades sociais

E por ter sido um poeta ousado
alguém da Gazeta Mercantil
disse ter encontrado um achado
na literatura do seu Brasil

Machado de Assis da Academia
aquele crítico exigente literal
dizia que Castro Alves da Bahia
era um poeta pra lá de original

Vento, esse teu menino poeta
que sabia bem se expressar
era como precursor profeta
um inquieto porta voz Popular

Se não se formou em advogado
isso pouco importa, tanto faz
Mas ele foi o mais respeitado
defensor das causas nacionais

Sua voz ousada, desafiadora
foi na sua brilhante geração
a voz profética arrebatadora
que mais se aproximou do povão

Voz que atravessa o infinito
e dá coragem nos dias atuais
aos poetas que lançam gritos
contra as injustiças imorais

Jetro Fagundes
Farinheiro Marajoara

Castro Alves, Poeta Romântico e Libertário



Castro Alves
Poeta Romântico
e Libertário

II

Poeta que dizia nas cantorias
de peito aberto, com indignação
que o negro não era mercadoria
pra ser negociado em um balcão

Cantando pros inspirados ares
exaltou em autêntica louvação
os negros valentes dos palmares
anjos da lendária insurreição

Vento, meu camarada cancioneiro
sei que esta tua estrondosa voz
ja declamou o "Navio Negreiro"
pra ave dos oceanos, o Albatroz

Sei também que vistes injuriado
o Auri Verde pendão testemunhar
pobres irmãos negros açoitados
nos porões funestos em alto mar

Na linguagem divina da poesia
dizia que o Auri Verde Pavilhão
servia de mortalha na travessia
de africano negro nosso irmão

Também na voz divina da poesia
ele direcionou o seu escrever
contra a retrógrada monarquia
e os oligarcas donos do poder

Republicano de primeira hora
Castro Alves sabia acompanhar
todos os movimentos da aurora
dos tempos novos, do renovar

E cultivava a amizade singela
de grandes vultos desse país:
José de Alencar, Fagundes Varela
Rui Barbosa, Machado de Assis

Amigo de Álvares de Azevedo
um outro poeta intelectual
que também partindo bem cedo
se tornou num célebre imortal

Salas de Direito em Pernambuco
deram-lhe companheiros imortais
ilustres como Joaquim Nabuco
defensor das igualdades sociais

E por ter sido um poeta ousado
alguém da Gazeta Mercantil
disse ter encontrado um achado
na literatura do seu Brasil

Machado de Assis da Academia
um crítico exigente literal
dizia que Castro Alves da Bahia
era um poeta pra lá de original

Vento, esse teu menino poeta
que sabia bem se expressar
era como precursor profeta
um inquieto porta voz Popular

Se não se formou em advogado
isso pouco importa, tanto faz
Mas ele foi o mais respeitado
defensor das causas nacionais

Sua voz ousada, desafiadora
foi na sua brilhante geração
a voz profética arrebatadora
que mais se aproximou do povão

Voz que atravessa o infinito
e dá coragem nos dias atuais
aos poetas que lançam gritos
contra as injustiças imorais


Jetro Fagundes
Farinheiro Marajoara